A partir desta quarta-feira (15) a rádio
Sociedade de Feira de Santana AM iniciou o ciclo de debates com os
candidatos de prefeito de Feira de Santana, no Projeto Eleições
2012. No dia 7 de outubro, o eleitor feirense irá depositar nas urnas o
futuro da cidade para os próximos quatro anos.
O objetivo da rodada de entrevistas com os
prefeituráveis é deixar o eleitor a par das principais propostas dos
concorrentes ao Paço Municipal Maria Quitéria, sempre respeitando o
critério de isonomia para todos dos candidatos.
As entrevistas serão concedidas ao vivo no
programa Linha Direta com o Povo sempre ás 12h, com a duração de 45
minutos. O entrevistado desta quarta-feira foi o candidato do Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL), Jhonatas Monteiro, 29.
POLÍTICA
Para o candidato, a decisão do partido em
lançar pela primeira vez candidatura ao Paço Municipal foi motivada por que
a política local não discute os grandes problemas da cidade. “Uma série de
questões que a maioria da população sente na pele no dia a dia do município
não é considerada no debate político, ano após ano, eleição após eleição. É
importante uma campanha que afirme um projeto diferente para Feira, que não
tenha medo de tocar na raiz de determinados problemas que a cidade tem”,
disse Jhonatas, ex-militante petista e filiado ao PSOL desde 2005.
EDUCAÇÃO
Professor da rede estadual de ensino, Jhonatas
atacou os discursos políticos que afirmam a educação como prioridade que na
pratica não se confirmam. A proposta do candidato está baseada em três medidas:
discussão do modelo pedagógico da cidade, ampliação da escola em tempo
integral e plano de carreira para os profissionais de educação.
De acordo com Jhonatas há que se diferenciar
pedagogicamente o ensino nas escolas da zona rural e da sede do município.
O ensino em tempo integral, segundo o candidato, auxilia na escolarização
do estudante, alcançando melhores postos de trabalho. Quanto ao
profissional da educação, o candidato disse que os professores vem sofrendo
um achatamento salarial e precarização das condições de trabalho. “Se
trabalha muito mal nas escolas públicas de Feira de Santana”, atacou.
O candidato defendeu uma política pública
voltada para as creches. “A cidade só tem seis creches na rede municipal.
Existem outros espaços que lidam com a educação infantil, mas o restante é
conveniado, depende do ‘tio’ ou da ‘tia’ do bairro que tenha disposição.
Uma cidade com mais de meio milhão só tem seis creches, que está abaixo da
necessidade das famílias”, afirmou.
SAÚDE
Para Jhonatas é necessário uma ampliação na
cobertura da atenção básica, que representa a saúde preventiva, combatendo
doenças como hipertensão e diabetes, que exigem acompanhamento, e, por
conseguinte, com a falta desse mais gastos no futuro. “Precisamos tornar
transparente a regulação, ou a central de marcação de exames, que não pode
ficar na mão de vereador e utilizada de maneira política. Saúde é uma
questão vital para as pessoas e doença não espera”, criticou o
prefeiturável que defendeu a informatização da marcação de exames para que
o usuário possa ter o controle de onde está na fila.
O candidato também defendeu investimentos na
área de média complexidade, na área de consultas e exames especializados.
Para Jhonatas o crescimento de clinicas particulares que prestam serviços a
preços populares. “A população acaba pagando a iniciativa privada por algo
que já é de direito. As clinicas particulares se fortaleceram na cidade não
foi a toa, é por que a saúde não vai bem”, ressaltou.
Sobre a superlotação no Hospital Geral
Clériston Andrade (HGCA), uma reclamação frequente da população, que é
justificada pela não procura dos serviços na rede básica, o candidato disse
que essa “cultura” pode ser resolvida com o acompanhamento regular da
população. “Os agentes comunitários tem um papel importante nisso.
Precisamos ampliar o número de agentes assim como valorizar, pagando o piso
que a categoria reivindica. Com esse acompanhamento cria-se uma nova
relação da população com a saúde pública”, disse.
SEGURANÇA PÚBLICA
Jhonatas reconheceu que Feira de Santana passa
por um momento de grave violência urbana, demonstrada na taxa de homicídios
registrada na cidade. Para o prefeiturável o município deve produzir dados
que apontem para a motivação da violência. “Tem que se investir em um banco
de dados que pudesse dar clareza as iniciativas de gestão. Um estudo da
UEFS apontou que existe uma relação entra a falta de infraestrutura em
determinados bairros e o índice de violência. Se considerarmos que o
problema é só drogas, vamos deixar de lado questões como essa”, disse.
O candidato propôs maior efetividade a Guarda
Municipal, porém não repetindo o modelo da Polícia Militar. “A Guarda
precisa ter uma atuação comunitária, integrando os outros serviços que
estão ligados a problemática da violência, desenvolvendo assistência
social, saúde pública, sendo o ente comunitário que possa articular e dar
segurança ao trabalho os outros órgãos”, defendeu.
Outra proposta para a área de segurança pública
é um programa de revitalização econômica e cultural da periferia da cidade.
“Se nesses locais existem alto índice de violência, precisamos investir e
focar nos jovens, com alternativas culturais, esportivas e dar alternativas
de trabalho, fortalecendo a economia popular através das cooperativas e
grupos ofertando serviços”, afirmou.
O enfrentamento da violência contra a mulher,
com a criação de casa abrigo para mulheres agredidas e o combate a
homofobia. “O poder público tem um papel importante fomentando a discussão
sobre a diversidade sexual, estimulando a discussão nas escolas e criando
uma rede que possibilite a denúncia segura”, propôs.
TRANSPORTE PÚBLICO
Jhonatas considerou que nos últimos anos, em termos
de transporte, feira de Santana “andou para trás” e criticou a tarifa de
ônibus em Feira, atualmente em R$ 2,50. “Temos um transporte que não
compensa o preço pago pela população. Se tivéssemos uma tarifa cara e um
bom serviço, já seria alguma coisa, mas o serviço é péssimo”, disse.
O candidato disse que é necessário exigir das
empresas permissionárias ações não cumpridas do contrato. Monteiro comparou
Feira de Santana com Aracaju, capital de Sergipe, que tem 100 mil
habitantes a menos e 200 ônibus a mais na frota. “A frota tem que dar cota
da população e a regularidade dos horários sejam cumpridos e a oferta seja
ampliada”, salientou.
O prefeiturável também defendeu corredores
exclusivos para os ônibus, linhas integradas bairro a bairro e controle de
qualidade do serviço pela população com o auxílio de uma Ouvidoria. “Não é
caro, é viável e já acontece em outras cidades”, declarou.
GERAÇÃO DE EMPREGO
A proposta do partido nesta área é fortalecer a
economia popular. “Ao invés do que vem sendo feito nos últimos anos com a
criação de incentivos fiscais para a atração de grandes empresas, o que
pode gerar renda para quem mais precisa é justamente estimular as
cooperativas, associações e clubes de troca, formado um circuito de
economia popular, atendendo as pessoas que nunca vão conseguir emprego
nessas empresas que vem para a cidade”, afirmou.
CENTRO COMERCIAL
Para Jhonatas, deve-se encontrar um espaço
ocioso em uma área central da cidade parta relocar parte dos vendedores
ambulantes. “Isso não vai dar conta do número de vendedores ambulantes que
temos em Feira de Santana. Temos que reconhecer que faz parte da cultura da
cidade a presença do trabalho informal nas principais ruas da cidade. A
cidade cresceu a partir de uma feira”, disse.
O candidato propôs também uma revitalização das
feiras livres da cidade. “Elas são patrimônio da cidade. A feira foi tirada
do centro da cidade na década de 70, mas nunca saiu. O centro continua com
cara de feira. A questão é organizar, reduzir a presença para facilitar o
trânsito, mas isso envolve um diálogo direto com o setor”, declarou.
MICARETA
O prefeiturável criticou a imitação do modelo
do carnaval de Salvador proposto pela Micareta de Feira. Para Jhonatas é
necessário uma política cultural diferenciada. “É uma imitação do pior, que
é a parte dominada pelos blocos. Precisamos regatar o espírito inusitado
que fugia a lógica do carnaval, investindo na diversidade cultural e
valorizar a produção cultural do município”, propôs.
Para o candidato é necessário a criação de uma
secretaria de Cultura específica, diferente do modelo que se apresenta hoje
e uma maior representatividade do conselho de cultura local. “O município
não sabe o quer com cultura no prazo de 10 anos. As pessoas têm direito a
cultura”, declarou.
ESPORTE
Para o candidato tem que existir clareza no
financiamento público no esporte municipal competitivo. “Os critérios tem
que ser públicos, mas isso acontece se tivermos uma secretaria específica
de esporte com mais verbas do que temos hoje. A maior parte dos recursos é
consumida na Micareta. Precisamos fortalecer a pratica como um todo, com
esporte garantido nas escolas com quadras poliesportivas”, defendeu.
PESQUISA ELEITORAL
A respeito da primeira pesquisa registrada no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para Feira de Santana, o candidato
recebeu com moderação o 1% de intenção de voto. “Sabemos que as pesquisas
não são definitivas. Não tem sido incomum o caso de pesquisa que apontou o
contrário do que foi as eleições, è importante e significativo ter pontuado
na primeira pesquisa”, disse.
(Por Hamurabi Dias)
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário