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17 de ago. de 2012

Jhonatas propõe guarda municipal comunitária




15/08/2012

A partir desta quarta-feira (15) a rádio Sociedade de Feira de Santana AM iniciou o ciclo de debates com os candidatos de prefeito de Feira de Santana, no Projeto Eleições 2012. No dia 7 de outubro, o eleitor feirense irá depositar nas urnas o futuro da cidade para os próximos quatro anos.
O objetivo da rodada de entrevistas com os prefeituráveis é deixar o eleitor a par das principais propostas dos concorrentes ao Paço Municipal Maria Quitéria, sempre respeitando o critério de isonomia para todos dos candidatos. 

As entrevistas serão concedidas ao vivo no programa Linha Direta com o Povo sempre ás 12h, com a duração de 45 minutos. O entrevistado desta quarta-feira foi o candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Jhonatas Monteiro, 29.


POLÍTICA

Para o candidato, a decisão do partido em lançar pela primeira vez candidatura ao Paço Municipal foi motivada por que a política local não discute os grandes problemas da cidade. “Uma série de questões que a maioria da população sente na pele no dia a dia do município não é considerada no debate político, ano após ano, eleição após eleição. É importante uma campanha que afirme um projeto diferente para Feira, que não tenha medo de tocar na raiz de determinados problemas que a cidade tem”, disse Jhonatas, ex-militante petista e filiado ao PSOL desde 2005.

EDUCAÇÃO

Professor da rede estadual de ensino, Jhonatas atacou os discursos políticos que afirmam a educação como prioridade que na pratica não se confirmam. A proposta do candidato está baseada em três medidas: discussão do modelo pedagógico da cidade, ampliação da escola em tempo integral e plano de carreira para os profissionais de educação.

De acordo com Jhonatas há que se diferenciar pedagogicamente o ensino nas escolas da zona rural e da sede do município. O ensino em tempo integral, segundo o candidato, auxilia na escolarização do estudante, alcançando melhores postos de trabalho. Quanto ao profissional da educação, o candidato disse que os professores vem sofrendo um achatamento salarial e precarização das condições de trabalho. “Se trabalha muito mal nas escolas públicas de Feira de Santana”, atacou.

O candidato defendeu uma política pública voltada para as creches. “A cidade só tem seis creches na rede municipal. Existem outros espaços que lidam com a educação infantil, mas o restante é conveniado, depende do ‘tio’ ou da ‘tia’ do bairro que tenha disposição. Uma cidade com mais de meio milhão só tem seis creches, que está abaixo da necessidade das famílias”, afirmou.

SAÚDE

Para Jhonatas é necessário uma ampliação na cobertura da atenção básica, que representa a saúde preventiva, combatendo doenças como hipertensão e diabetes, que exigem acompanhamento, e, por conseguinte, com a falta desse mais gastos no futuro. “Precisamos tornar transparente a regulação, ou a central de marcação de exames, que não pode ficar na mão de vereador e utilizada de maneira política. Saúde é uma questão vital para as pessoas e doença não espera”, criticou o prefeiturável que defendeu a informatização da marcação de exames para que o usuário possa ter o controle de onde está na fila.

O candidato também defendeu investimentos na área de média complexidade, na área de consultas e exames especializados. Para Jhonatas o crescimento de clinicas particulares que prestam serviços a preços populares. “A população acaba pagando a iniciativa privada por algo que já é de direito. As clinicas particulares se fortaleceram na cidade não foi a toa, é por que a saúde não vai bem”, ressaltou.

Sobre a superlotação no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), uma reclamação frequente da população, que é justificada pela não procura dos serviços na rede básica, o candidato disse que essa “cultura” pode ser resolvida com o acompanhamento regular da população. “Os agentes comunitários tem um papel importante nisso. Precisamos ampliar o número de agentes assim como valorizar, pagando o piso que a categoria reivindica. Com esse acompanhamento cria-se uma nova relação da população com a saúde pública”, disse.

SEGURANÇA PÚBLICA

Jhonatas reconheceu que Feira de Santana passa por um momento de grave violência urbana, demonstrada na taxa de homicídios registrada na cidade. Para o prefeiturável o município deve produzir dados que apontem para a motivação da violência. “Tem que se investir em um banco de dados que pudesse dar clareza as iniciativas de gestão. Um estudo da UEFS apontou que existe uma relação entra a falta de infraestrutura em determinados bairros e o índice de violência. Se considerarmos que o problema é só drogas, vamos deixar de lado questões como essa”, disse.

O candidato propôs maior efetividade a Guarda Municipal, porém não repetindo o modelo da Polícia Militar. “A Guarda precisa ter uma atuação comunitária, integrando os outros serviços que estão ligados a problemática da violência, desenvolvendo assistência social, saúde pública, sendo o ente comunitário que possa articular e dar segurança ao trabalho os outros órgãos”, defendeu.

Outra proposta para a área de segurança pública é um programa de revitalização econômica e cultural da periferia da cidade. “Se nesses locais existem alto índice de violência, precisamos investir e focar nos jovens, com alternativas culturais, esportivas e dar alternativas de trabalho, fortalecendo a economia popular através das cooperativas e grupos ofertando serviços”, afirmou.

O enfrentamento da violência contra a mulher, com a criação de casa abrigo para mulheres agredidas e o combate a homofobia. “O poder público tem um papel importante fomentando a discussão sobre a diversidade sexual, estimulando a discussão nas escolas e criando uma rede que possibilite a denúncia segura”, propôs.

TRANSPORTE PÚBLICO

Jhonatas considerou que nos últimos anos, em termos de transporte, feira de Santana “andou para trás” e criticou a tarifa de ônibus em Feira, atualmente em R$ 2,50. “Temos um transporte que não compensa o preço pago pela população. Se tivéssemos uma tarifa cara e um bom serviço, já seria alguma coisa, mas o serviço é péssimo”, disse. 

O candidato disse que é necessário exigir das empresas permissionárias ações não cumpridas do contrato. Monteiro comparou Feira de Santana com Aracaju, capital de Sergipe, que tem 100 mil habitantes a menos e 200 ônibus a mais na frota. “A frota tem que dar cota da população e a regularidade dos horários sejam cumpridos e a oferta seja ampliada”, salientou.

O prefeiturável também defendeu corredores exclusivos para os ônibus, linhas integradas bairro a bairro e controle de qualidade do serviço pela população com o auxílio de uma Ouvidoria. “Não é caro, é viável e já acontece em outras cidades”, declarou.

GERAÇÃO DE EMPREGO

A proposta do partido nesta área é fortalecer a economia popular. “Ao invés do que vem sendo feito nos últimos anos com a criação de incentivos fiscais para a atração de grandes empresas, o que pode gerar renda para quem mais precisa é justamente estimular as cooperativas, associações e clubes de troca, formado um circuito de economia popular, atendendo as pessoas que nunca vão conseguir emprego nessas empresas que vem para a cidade”, afirmou.

CENTRO COMERCIAL

Para Jhonatas, deve-se encontrar um espaço ocioso em uma área central da cidade parta relocar parte dos vendedores ambulantes. “Isso não vai dar conta do número de vendedores ambulantes que temos em Feira de Santana. Temos que reconhecer que faz parte da cultura da cidade a presença do trabalho informal nas principais ruas da cidade. A cidade cresceu  a partir de uma feira”, disse.

O candidato propôs também uma revitalização das feiras livres da cidade. “Elas são patrimônio da cidade. A feira foi tirada do centro da cidade na década de 70, mas nunca saiu. O centro continua com cara de feira. A questão é organizar, reduzir a presença para facilitar o trânsito, mas isso envolve um diálogo direto com o setor”, declarou.

MICARETA

O prefeiturável criticou a imitação do modelo do carnaval de Salvador proposto pela Micareta de Feira. Para Jhonatas é necessário uma política cultural diferenciada. “É uma imitação do pior, que é a parte dominada pelos blocos. Precisamos regatar o espírito inusitado que fugia a lógica do carnaval, investindo na diversidade cultural e valorizar a produção cultural do município”, propôs.

Para o candidato é necessário a criação de uma secretaria de Cultura específica, diferente do modelo que se apresenta hoje e uma maior representatividade do conselho de cultura local. “O município não sabe o quer com cultura no prazo de 10 anos. As pessoas têm direito a cultura”, declarou.

ESPORTE

Para o candidato tem que existir clareza no financiamento público no esporte municipal competitivo. “Os critérios tem que ser públicos, mas isso acontece se tivermos uma secretaria específica de esporte com mais verbas do que temos hoje. A maior parte dos recursos é consumida na Micareta. Precisamos fortalecer a pratica como um todo, com esporte garantido nas escolas com quadras poliesportivas”, defendeu.

PESQUISA ELEITORAL

A respeito da primeira pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para Feira de Santana, o candidato recebeu com moderação o 1% de intenção de voto. “Sabemos que as pesquisas não são definitivas. Não tem sido incomum o caso de pesquisa que apontou o contrário do que foi as eleições, è importante e significativo ter pontuado na primeira pesquisa”, disse.

(Por Hamurabi Dias)


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